sábado, 26 de junho de 2010

Entrei no quarto do meu irmão, eram 4.30 da manhã, ele estava enrolado no lençol com um traço de felicidade a rasgar-lhe o rosto (algum sonho bom, talvez), percorreu-me uma ponta de inveja. Há quanto tempo não consigo eu dormir sem acordar a meio de um pesadelo, há quanto tempo não consigo eu acordar cansada de ver o teu rosto entre as minhas mãos, nem nos sonhos me deixas de atormentar, já viste a ironia? Tu que nem sequer te importas como eu estou, deves dormir que nem um anjinho.
Só as paredes da casa sabem quantas vezes passo por elas com os olhos em lágrimas, nesta altura já devo ter reduzidoa água presente no meu corpo para metade.
Questiono-me tantas vezes sobre o que fiz mal mas, acabei de chegar à conclusão que não fui eu que fiz mal, é esse teu feitio de teimoso e orgulhoso que me deixou assim, completamente de rastos.
Espero que estejas feliz, já conseguiste destruir-me.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mesmo depois de ter dito milhares de vezes a mim própria que não ia voltar a dirigir-te a palavra, eu fi-lo. Dei-te uma última opurtunidade, porque nunca deixei de acreditar em nós. Aliás, dei-te mais que uma chance, dei-te todas até atingir o meu limite. Mas sabes que mais? Isto já ultrapassou todos os limites. Juro que fiz os possíveis e os impossíveis para que resultasse, mas infelizmente, as coisas não funcionam se não mexeres uma palha por isto!


Dizias que me amavas, que era tudo para ti e juraste que ia ser “para sempre”, mas, sabes, de boas intenções está o inferno cheio, e eu não preciso das tuas falinhas mansas, nem das tuas promessas falsas. Eu aprendi muito contigo; da maneira mais dura, mas aprendi. Agora sei que não posso confiar em tudo que é ser humano, sei que os finais felizes só existem em contos de fadas; agora eu sei e não vou voltar a cometer o mesmo erro, obrigada.

psiuu.

Acho que gostava de ti sabes? Gostava da tua maneira de ser, dos teus traços vincados, do teu feitio teimoso de ser sempre como querias. Gostava das tuas mudanças de humor, gostava de nunca saber o que estavas a pensar, gostava de descodificar as tuas mensagens. Gostava de adormecer com a tua voz a dizer "dorme bebé", gostava até de ficar horas a ouvir-te tocar para mim como se fossemos só tu e eu. Gostava do teu corpo no meu, gostava dos teus lábios, das tuas mãos, do teu cheiro, gostava até dos teus olhos no escuro do quarto. Gostava das nossas idas à mata, e de ficarmos sentados no baloiço até que começasse a chover. Gostava de quando me ligavas de manhã a dizer que estavas atrasado e ficávamos a falar de nada enquanto não chegavas e quando chegavas dizias sempre "ahah, apanhei-te". Gostava das aulas em que o professor de Geografia nos dizia que "coisas dessas não se fazem em sitios públicos" quando estavamos só a atar os sapatos. Gostava da natação e da piscina e daqueles beijos molhados que sabiam sempre a cloro. Gostava dos intervalos em que não me falavas e depois dizias "amo-te" assim que tocava. Gostava de não saber nada de nós. Gostava de chegar à exaustão contigo, porque já não percebia para onde devia seguir e se devia continuar, mas eu conhecia-te/conheço-te tão bem. Gostava das discussões que tinhamos até às tantas da manhã, e de te ouvir dizer "sou sempre eu", sabes que repetias isso milhares de vezes? Gostava ainda mais de quando acordava ter uma mensagem "amor, porque discutimos ontem?", e de te responder "não faço ideia", e de chegar à escola e já estares à minha espera. Gostava das últimas semanas em que todos os dias me dizias "não te esqueças de mim"e depois nunca sabia onde estavas. Gostava dos teus ciúmes cada vez que ia tomar banho nos balneários em física. Gostava dos teus olhos sempre em mim, a toda a hora. Gostava dos teus abraços apertados. Gostava do teu quarto, dos calções, da roupa molhada no chão e de tudo o que não chegámos a viver porque iamos ter todo o tempo do mundo. Gostava muito, mas muito de todos os dias mudares de ideias e de eu estar sempre a gozar com isso. Gostava das tuas conversas sem sentido, das gargalhadas que dávamos os dois, gostava da lua quando tu me dizias "a lua faz-me lembrar de ti, sempre lá para mim". Gostava de sermos os dois só, gostava de quando estávamos com eles e eu não conseguir para de rir e de tu só dizeres "epa calem-se lá senão não a consigo beijar". Gostava de te ver crescer todos os dias, e de saber que me fazias bem, que eu te fazia bem e que eras o amor da minha vida. Gostava sobretudo dos teus jogos, aqueles que fazias com as imagens e as palavras baralhadas, lembras-te? Foi quando não nos podiamos nem ver, todos os dias me mandavas bocas, e eu juntei tudo passados meses, 3 meses andas-te com isso e nunca te cansavas. Eu perguntava onde querias chegar e tu dizias "com o quê? Tás parva?" e eu achava piada, colei tudo, acho que ainda tenho o resultado guardado. Até os bilhetes, os rabiscos nos livros com os lanos que não tivemos tempo para fazer tal como tudo o resto. Gostava de cometer erros, de os analisar e de te pedir desculpas, e gostava de quando tu o fazias e nunca assumias as culpas, mas eu sei que estavas tão arrependido quanto eu. Sabes eu gostava disso. Da tua parte de mistério que me dava voltas à cabeça. Gostava de ninguém perceber o quanto tu me fazias bem. Gostava que ficassem todos à nora como EU conseguia estar contigo quando tu não passavas de uma criança. Mas eu gostava. Gostava essencialmente de gostar de ti. Mas eu vou sempre gostar de gostar de ti, mas psiuu é segredo...